Posso até apostar que muitos outros jovens, da minha geração, faziam exatamente o mesmo ritual.
Na época, aquela música de abertura, era apenas uma música legal que falava de coisas que não podia imaginar o significado. Na realidade descobri, depois de alguns anos e algumas coisas da vida, que aquela letra só poderia ser entendida por quem viveu o que nela descreve.
Não era só uma letra! Aqueles versos eram “o grito” de todos os libertos! Calma, calma.. eu posso explicar!
Pra cantar aqueles versos precisamos estar bem certos daquilo que vivemos. É a canção daqueles que sabem o que passaram nas curvas perigosas da estrada da vida e já podem dizer que estão maduros e experientes o suficiente pra saber que as coisas passam, porém as lembranças serão eternas pra sempre em nós.
É a canção daqueles que tem certeza!
Certeza do que se viveu.
Certeza do que não se quer mais viver.
Certeza do que ficou pra trás, mesmo.
Pra não ficar nas minhas palavras, e também pra que todos relembrem e entendam do que estou falando, eis os versos do poeta:
“Ainda vai levar um tempo
Pra fechar
O que feriu por dentro
Natural que seja assim
Tanto pra você
Quanto pra mim...
Ainda leva uma cara
Pra gente poder dar risada
Assim caminha a humanidade
Com passos de formiga
E sem vontade...
Não vou dizer que foi ruim
Também não foi tão bom assim
Não imagine que te quero mal
Apenas não te quero mais...”