sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Assim Caminha a Humanidade


Quando eu era um pouco mais nova, pausava o meu dia, sempre às 17h30. Parava tudo o que estava fazendo, ligava a TV e já ouvia a abertura da minha novela predileta: “MALHAÇÃO!”

Posso até apostar que muitos outros jovens, da minha geração, faziam exatamente o mesmo ritual.

Na época, aquela música de abertura, era apenas uma música legal que falava de coisas que não podia imaginar o significado. Na realidade descobri, depois de alguns anos e algumas coisas da vida, que aquela letra só poderia ser entendida por quem viveu o que nela descreve.

Não era só uma letra! Aqueles versos eram “o grito” de todos os libertos! Calma, calma.. eu posso explicar!

Pra cantar aqueles versos precisamos estar bem certos daquilo que vivemos. É a canção daqueles que sabem o que passaram nas curvas perigosas da estrada da vida e já podem dizer que estão maduros e experientes o suficiente pra saber que as coisas passam, porém as lembranças serão eternas pra sempre em nós.

É a canção daqueles que tem certeza!

Certeza do que se viveu.

Certeza do que não se quer mais viver.

Certeza do que ficou pra trás, mesmo.

Pra não ficar nas minhas palavras, e também pra que todos relembrem e entendam do que estou falando, eis os versos do poeta:

Ainda vai levar um tempo

Pra fechar

O que feriu por dentro

Natural que seja assim

Tanto pra você

Quanto pra mim...

Ainda leva uma cara

Pra gente poder dar risada

Assim caminha a humanidade

Com passos de formiga

E sem vontade...

Não vou dizer que foi ruim

Também não foi tão bom assim

Não imagine que te quero mal

Apenas não te quero mais...”

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

SEJA ORIGINAL


O mau do “nada” é acreditar que existe.

O mau do “coisa alguma” é acreditar que é alguma coisa.

O mau do “nem te vejo” é achar que é o centro das atenções.

O mau do “eu não me importo” é achar que é importante.

O mau do “ela existe?” É achar que é sempre notado.

O mau do “já foi embora?” É achar que é insubstituível.

O mau do “ele é meu” é achar que nunca tenha dividido com mais alguém.

O mau do “ESTOU feliz” é achar que É feliz.

O mau do “saber-se amada” é achar que é absolutamente igual ao sentir-se amada.

O mau do “não me provoque” é pensar que é indestrutível.

O mau do “estou certa” é acreditar que nunca errou.

O mau do “eu não acredito” é esquecer que a fé é digna dos que nada vêem.

O mau do “estou realizada” é não saber o que a vida tem à frente.

O mau do “eu vigio” é sempre achar que esta sendo vigiado.

O mau do “comigo não” é esquecer que o mundo dá voltas.

O mau do “desconfio sempre” é achar que nunca farão o mesmo com ele.

O mau do “estou em paz” é esquecer que nunca avisam quando estoura uma guerra.

O mau de tudo isso, é saber que algumas pessoas não vão entender nada do que está escrito aqui, e que muitas delas continuaram a cometer sempre os mesmos erros. Ainda se acharam importantes, continuaram vigiando, errando, se achando insubstituíveis, felizes, notadas, etc.

E nós pessoas que conseguimos entender que o mundo não é feito de “faz-de-conta”, ficaremos aqui encarando esses seres repugnantes todos os dias. Quem nos dera se gente burra viesse com placa e aviso luminoso. E que pessoas que se acham eternamente felizes, e não são, tivessem com aviso de “não me toque”.

Pessoas que não conseguem entender o que realmente são, dificilmente conseguiram julgar as ações do outro.

Seja verdadeiro, racional, inteligente, sábio, maduro... SEJA ORIGINAL!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Apenas isso e nada mais....

                  Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
                   Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

Lya Luft